segunda-feira, 23 de maio de 2011

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS (ARH)[1]

Recursos Humanos: refere-se às pessoas que participam das organizações e que nelas desempenham determinados papeis.
Organização: é um sistema de actividades conscientemente coordenadas de duas ou mais pessoas.
Pressupostos
- duas ou mais pessoas capazes de se comunicar;
- estão dispostas a contribuir cm a acção conjunta
- a fim de alcançarem um objectivo comum.

Evolução de ARH
A ARH é uma especialidade que surgiu a partir do crescimento e da complexidade das tarefas organizacionais. Suas origem remontam do início do século XX, após um forte impacto da Revolução Industrial com a denominação Relações Industriais como actividade mediadora entre as organizações e as pessoas para reduzir o conflito industrial entre os objectivos organizacionais e os objectivos individuais das pessoas até então considerados incompatíveis e irreconciliáveis.
Este conceito de Relações Industriais veio a mudar radicalmente e,
- em 1950 passou a ser denominado Administração de Pessoal, onde já não se tratava apenas de intermediar os conflitos mas sobretudo, administrar as pessoas de acordo com a legislação de trabalho vigente.
- em 1960 a legislação trabalhista tornou-se obsoleta, enquanto cresciam os desafios das organizações, as pessoas passaram a ser consideradas recurso fundamental para o sucesso organizacional, ou seja os únicos recursos vivos e inteligentes que a organização dispõe para enfrentar os desafios, porém esta mesma pessoa ainda era considerado um sujeito passivo do processo.
- A partir da década 1970, surge o conceito de ARH, mas ainda considerando a pessoa como um recurso produtivo ou mero agente passivo, cujas actividades devem ser planeadas e controladas a partir das necessidades da organização.
- Actualmente a ARH envolve todos os processos de gestão de pessoas, ela parte do princípio de que as pessoas devem ser administradas pela organização ou por um órgão central de ARH. Com as novas características do terceiro milénio: globalização da economia, forte competitividade no mundo dos negócios, mudanças rápidas e imprevisíveis e o dinamismo do ambiente, as organizações bem sucedidas não mais administram recursos humanos, nem as pessoas, pois isso significa trata-las como agentes passivos e dependentes, mas sobretudo administram com as pessoas o que significa trata-los como agentes activos e proactivos doptados de inteligência e criatividade, iniciativa e decisão, habilidades e competências e não apenas de capacidades manuais, físicas ou artesanais.
As pessoas não são recursos que a organização consome e utiliza e que produzem custos. Ao contrário as pessoas constituem poderoso activo que impulsiona a competitividade organizacional. Dai que, parece-nos melhor falar em Administração de Pessoas para ressaltar a administração com as pessoas, como parceiras e não sobre as pessoas, como meros recursos.


Carácter Contigencial ou Situacional de ARH
A ARH é contigencial, ou seja, depende da situação organizacional do ambiente, da tecnologia empregue pela organização, das políticas e directrizes vigentes, da filosofia administrativa preponderante da concepção existente na organização acerca do homem e de sua natureza e, sobretudo da qualidade e quantidade dos recursos humanos.
À medida que mudam esses elementos, muda também a forma de administrar os recursos humanos da organização, dai o carácter contigencial ou situacional, que não se compõe de técnicas rígidas e imutáveis, mas altamente flexíveis e adaptáveis, sujeitas a um desenvolviemnto dinâmico.
A ARH não é um fim em sí mesma, mas um meio de alcançar a eficiência da organização através das pessoas.

Conceito de Eficácia e Eficiência
Eficácia: em termos económicos, a eficácia de uma organização refere-se a sua capacidade de satisfazer a uma necessidade da sociedade através do suprimento de seus produtos (bens e serviços)
Eficiência: é uma relação entre custos e benefícios, ou seja, está voltada para a melhor maneira (the best wey) pela qual as coisas devem ser feitas ou executadas (métodos), a fim de que os recursos (pessoas, máquinas, matéria-prima) sejam aplicados de forma mais racional possível.
A eficiência preocupa-se com os meios, métodos e procedimentos mas indicados, que precisam ser devidamente planeados e organizados, a fim de assegurar a optimização da utilização dos recursos disponíveis, ela não se preocupa com os fins, mas sim com os meios, o alcance dos objectivos visados não entra na esfera da competência da eficiência, é um assunto ligado à eficácia.

Logo, eficiência (melhor utilização dos recursos disponíveis), o administrador preocupa-se em, fazer correctamente as coisas. Eficácia (alcance dos objectivos através dos recursos disponíveis) o administrador utiliza os instrumentos fornecidos por aqueles que executam para avaliar o alcance dos resultados, ou seja, para verificar se as coisas bem feitas são as que realmente devem ser feitas.
Contudo, nem sempre a eficiência e a eficácia andam de mãos dadas, uma organização pode ser eficiente em suas operações e não ser eficaz ou vice-versa, o ideal é que a organização seja igualmente eficiente e eficaz.

ARH Como Processo/Sistema
A ARH provoca impactos nas pessoas e nas organizações. A maneira de lidar com as pessoas, de busca-las no mercado, de integrá-las e orientá-las, faze-lás trabalhar, desenvolvé-las, recompensá-las ou monitorá-las e controlá-las, ou seja, a qualidade como as pessoas são geridas na organização é um aspecto crucial na competitividade organizacional.
São cinco os subsistemas de gestão de pessoas e sua interação e interdependência, faz com que qualquer alteração ocorrida em um deles provoque influências sobre os demas assim sendo, temos:
1- Processo de Provisão/Subsistema de Provisão de RH
2- Processo de Aplicação/Subsistema de Aplicação de RH
3- Processo de Manutenção/Subsistema de Manutenção de RH
4- Processo de Desenvolvimento/Subsistema de Desenvolvimento de RH
5- Processo de Monitoria/Subsistema de Monitoria de RH

O processo global nem sempre apresenta esta sequência devido à íntima interação entre subsistemas e pelo facto desses subsistemas não estaren relacionados entre si de uma única maneira, como se disse anteriormente, eles são contigentes e situacional. Estes são extremamente variáveis e embora interdependentes, o facto de um deles mudar ou desenvolver-se em certa direcção não significa que os outros mudem ou se desenvolvam também exatamente na mesma direcção e na mesma medida.

Interação Entre Pessoas e Organização
- o contexto em que funciona a ARH é representado pelas organizações e pelas pessoas que delas participam. As organizações são constituidas de pessoas e dependem delas para atingir seus objectivos e cumprir suas missões. Neste capítulo será importante estudar em primeiro lugar as organizações, suas eras ou evolução histórica, a organização como sistema aberto, as organizações como sistema aberto, as organizações e o ambiente, para em seguida estudarmos e ainda de forma particular as pessoas onde iremos destacar a complexa natureza do homem, a motivação humana, a comunicação e o comportamento humano nas organizações e na parte final importará fazer uma ligação entre as pessoas e as organizações destacando a reciprocidade entre o indivíduo e organização.
Já na sessão passada demos o conceito de organização lembrando que etsa deve integrar duas ou mais pessoas que realizam actividades conscientemente coordenadas a fim de alcançarem um objectivo comum.

Diferentes Eras das Organizações
No decorrer do século XX, as organizações passaram de três fases
Era da industrialização clássica ou período de meio século (1900-1950)
- intensificação do fenómeno de industrialização com a Revolução Industrial;
- a estrutura organizacional típica tinha um formato piramidal e centralizador, modelo burocrático;
- centralização das decisões no topo;
- estabelecimento de regras e regulamento internos para disciplinar o comportamento das pessoas (era das Relações Industriais)

Era da Industrialização Neoclássica
Iniciou com o fim  da II Guerra Mundial
- Estrutura organizacional matricial e mista, um esquema lateral de departamentalização por produtos/serviços ou unidades estratégicas de regócios;
- ênfase na adaptação ao ambiente;
- Pessoas como recursos organizacionais que precisam ser administradas;
- Conceito de Administração de Recursos Humanos.
Era da Informação (Actual)
Iniciou em 1990
- rápidas mudanças, imprevistas e inesperadas;
- globazação e tenologia;
- migração do mercado de capitais de um continente para o outro;
- estrutura organizacional fluida e flexível ou seja, os órgãos (sejam Departamentos ou Divisões) tornam-se provisórias e não definitivas, os cargos e funções passaram a ser constantemente definidos e redefinidos em razão da mudança no ambiente e na tecnologia;
- Descentralização com ênfase no trabalho em equipes multifuncionais;
- valor ao conhecimento e à criatividade;
- pessoas consideradas seres humanos proactivos, doptados de inteligência e habilidades  e que devem ser motivadas e impulsionadas;
- a ARH cede lugar a uma nova abordagem, a Gestão de Pessoas o que pressupõe que as pessoas deixam de ser simples recursos para serem abordadas como seres inteligentes.

A Organizações como Sistema Aberto
Sistema: é um conjunto de elementos dinamicamente relacionados que desenvolvem uma actividade para atingir determinado objectivo ou propósito.
Todo o sistema opera sobre matéria, energia ou informação obtida do ambiente que constituem os insumos ou entradas (inputs) de recursos necessários para que o sistema possa operar. Esses recursos são processados pelas diversas partes do sistema (subsistemas) e transformados em saidas ou resultados (outputs) para serem devolvidos ao ambiente.

A Organização e o Ambiente
Ambiente Geral ou Macroambiente
Este ambiente é constituido por factores econômicos, tecnológicos, sociais, políticos, legais, culturais, demográficos, etc. Que ocorrem no mundo todo e na sociedade em geral. O cenário ambiental influencia poderosamente todas as organizações, afectando algumas com maior ou menor impacto.

Ambiente Tarefa ou Microambiente
Este é o ambiente mais próximo e imediato da organização, é o ambiente específico da organização, cada organização tem seu próprio ambiente de tarefa, do qual obtem  suas entradas e no qual coloca suas saidas ou resultados. Assim no ambiente tarefa estão as entradas e saidas do sistema, ou seja, os fornecedores de recursos (materiais, financeiras, humanos) de um lado, e os clientes  ou consumidores, de outro lado. Estão ainda os concorrentes (que disputam com ela tanto suas entradas como suas saidas) e as entidades regulamentadoras (como os sindicatos, os órgãos fiscalizadores), que impõem condições, restrições e limitações à actividade organizacional.

A caracteristica principal deste ambiente é a crescente complexidade, a permanente mudança, a incerteza da organização em relação aquilo que ocorre no ambiente


[1] Assim ensina: Idalberto Chiavenato, Recursos Humanos, 8ª Edição, 2004
Ficha Elaborada Por: Aurélio Tinga, Licenciado em PAGE pela Universidade Pedagógica e Estudante do 3º Ano de Licenciatura em Direito na Universidade Eduardo Mondlane - Maputo

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